New Order – Espaço das Américas

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[Texto publicado originalmente no Musicdrops]

Foto: Yuri Murakami

Com os ingressos esgotados mais uma vez, o New Order se apresentou no Espaço das Américas. O grupo esteve no local em 2016 com o show de divulgação de “Music Complete”, lançado em 2015 e último disco de inéditas da banda. Dessa vez, sem material inédito, o show teve um setlist com menos músicas do recente material mas ainda assim com uma boa quantidade dele, o que permitiu mais clássicos serem executados.

Pontualmente às 22 horas, o show teve início com “Singularity” com um simpático Bernard Sumner que ao longo da noite interagiu bem com os presentes mas sem desperdiçar muito tempo com frivolidades e arriscou alguns passos pelo palco, enquanto se alternava entre cantar ou entre tocar e cantar.

Com belas projeções e um belo trabalho de luzes acompanhando, fica comprovado como certas canções são atemporais. Já tem tempos desde que o New Order influenciou toda a música eletrônica que veio depois, porém isso não fez com que a qualidade caísse. Ao contrário, ela se mantem mesmo ao vivo, ainda que em alguns momentos soe como se o grupo estivesse no piloto automático.

Só que em certos casos esse automático é o que os fãs desejam. Fato que é comprovado ao começar a execução de “Decades” do Joy Division ou as sempre tocadas “Bizarre Love Triangle”, “True Faith” e claro, “Blue Monday”, que jamais ficariam de fora de um setlist da banda. Mesmo assim, canções como “Regret” ou “Transmission” acabaram ficando de fora dessa vez dando espaço ou a músicas novas ou outras não tão esperadas.

No fim, o público sai contente. Desde aquele mais velho, que teve sua adolescência embalada pelos sons do New Order na década de 80 ou começo dos 90 e que compunham a maioria dos presentes, até os mais jovens que vieram a ter contato com eles depois. Em todos pode-se perceber que alguma canção marcou algum momento ou época da vida da pessoa e que ela ressoa até hoje nela de alguma forma seja com lembranças ou dando voz a algo que nunca foi dito.

E talvez por essa nostalgia, e por todo o histórico deles, faz sentido com que os finais sempre sejam dedicados ao Joy Division e sempre embalados pela frase “eternamente Joy Division”. Algo que jamais será esquecido e que os moldou para o bem ou para o mal. Assim, com “Love Will Tear Us Apart”, o show se encerra duas horas depois de iniciado e deixando todos satisfeitos de alguma forma, mesmo que o fim da apresentação represente o retorno à rotina que corrói.

Setlist:

Singularity
Age Of Consent
Ultraviolence
Academic
Your Silent Face
Decades (Joy Division cover)
Superheated
Tutti Frutti
Subculture
Bizarre Love Triangle
Vanishing Point
Waiting for the Sirens’ Call
Plastic
The Perfect Kiss
True Faith
Blue Monday
Temptation

Bis:
Disorder (Joy Division cover)
Atmosphere (Joy Division cover)
Love Will Tear Us Apart (Joy Division cover)