Creedence Clearwater Revisited – Tom Brasil

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[Texto originalmente publicado no Território da Música/Rock Online]

Algumas canções são capazes de atravessar décadas tornando-se atemporais e fazendo parte da vida de pessoas de diversas idades. Portanto, quando uma banda que possui em seu repertório pelo menos uma dezena dessas músicas não é de se espantar que o local do show fique lotado de pessoas de tantas idades diferentes.

De pessoas mais velhas, que tiveram sua adolescência marcada por esses sons, a jovens que foram influenciados pelos pais, professores de música ou outros, o Creedence faz parte de alguma forma de sua vida fazendo com que o show deles se torne uma experiência agradável. Ainda que não seja a banda em sua formação original, ali estão o baterista Doug Clifford e o baixista Stu Cook que, em um momento após a apresentação dos músicos, se abraçam e como lembrado por eles, estão há mais de 55 anos no palco tocando juntos.

Com um set preenchido por clássicos como “Suzie Q”, “Hey Tonight”, “Bad Moon Rising” entre outras, o público presente no Tom Brasil no último dia 06 de novembro já estava ganho desde o primeiro acorde – e assim ficou até o último minuto. Todos sabiam o que esperar ali, ninguém aguardava alguma surpresa extra, uma música nova, pirotecnia ou efeitos. Somente o bom e básico: solos de guitarra e bateria, apresentações dos músicos com brincadeira e claro, sucessos atrás de sucessos celebrando a boa música.

Não ficaram de fora também as essênciais “Who’ll Stop The Rain?” e “Have You Ever Seen The Rain?”, que pelos títulos e pela chuva que caiu no dia, lembrada pelo vocalista John “Bulldog” Tristao, acaba soando como uma graça extra para o evento. Apesar disso, ela não impediu as pessoas de chegarem nem cortou a empolgação de todos em ver lendas repassando clássicos que, provavelmente, continuarão pelos anos empolgando gerações.

Enquanto Clifford e Cook continuarem a levar o seu legado pelas casas de shows pelo mundo, ninguém deveria desperdiçar a oportunidade de ver uma parte da história do rock diante de si.

Abertura

Antes do Creedence, as bandas República e Sociedade Boêmia fizeram as honras da abertura. A primeira já é conhecida de parte do público por frequentemente abrir shows e trouxe além de seu set habitual baseado no material lançado em 2013, uma nova música que estará em seu futuro disco a ser lançado no ano que vem. Interessante notar o cuidado com a produção de palco que contou com pequenos telões dispostos ao lado da bateria, algo não muito comum ao se ver em bandas de abertura.

O Sociedade Boêmia abriu a noite com seu rock em português, o que merece destaque já que não são muitas as bandas que apostam em usar nossa língua materna em suas composições. O quarteto agradou o público presente, apesar da casa ainda estar parcialmente vazia pois muitos ainda estavam a caminho do local quando o grupo subiu ao palco mas mesmo assim não se intimidaram com o fato em sua meia hora de apresentação.