Carcass – Carioca Club

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[Texto publicado originalmente no webzine Portal do Inferno]

Em 2007 para surpresa de muitos, o Carcass reuniu-se após um hiato de 12 anos para ensaios e tocar em festivais europeus, mas não acertando os cronogramas, a banda apresentou-se apenas no Wacken Open Air e no Tuska Open Air, em 2008. Surpreendendo mais ainda, embarcou em uma turnê mundial que passou pelo Brasil em novembro daquele mesmo ano em um show histórico.

Não só histórico por ser surpreendente a vinda do quarteto ao Brasil, mas também por ter sido um dos primeiros shows na nova lista de “casas não-metal” que nos anos seguintes tornaram-se frequentes hospedeiras de shows como o Santana Hall, no show de 2009. E dessa vez a banda retornou ao País, com nova formação, apresentando-se no, hoje tradicional, Carioca Club.

Acompanhados dos novos integrantes Ben Ash, na guitarra e Dan Wilding na bateria, Bill Steer e Jeff Walker iniciaram sua apresentação com um leve atraso de dez minutos em relação ao horário programado. E dali em diante uma sucessão de clássicos sem muitas enrolações foi executada de forma perfeita, acompanhada por imagens temáticas em um telão ao fundo da casa.

Simpático, Jeff Walker comunicou-se com o público e arriscou algumas palavras em português, mas não precisou fazer muito esforço para empolgar os presentes, mesmo com o set list sofrendo pouquíssimas alterações em relação ao de quatro anos atrás. Desde a roda que surgiu aos gritos que acompanharam algumas canções, a plateia mostrou-se extremamente empolgada com a banda.

Alguns momentos deixaram alguns fãs levemente desconfortáveis, pois não foram todos que encararam numa boa todas as imagens projetadas no telão da casa, que incluíram autópsias, cadáveres em decomposição, partes genitais com doenças venéreas, entre outras imagens que acompanham constantemente a carreira da banda. No geral, muitos se divertiram, sim, com tais projeções pois já eram esperadas.

Mas toda essa mistura de imagens e sons, tocados com imensa intensidade pela banda agradou em cheio a todos com momentos de destaque em canções como “No Love Lost”, “Corporal Jigsore Quandary” e a extremamente ovacionada “Heartwork”.

Em uma hora e 20 minutos de apresentação, direta, sem bis e sem apresentar nada do novo material que deve ser lançado ainda esse ano, o Carcass demonstrou que sabe empolgar o público sem enrolação e entrega aos fãs exatamente o que desejam. Com tamanha competência no palco, ao final do show muitos fãs ficaram com vontade de que a apresentação continuasse por mais horas.

Set list Carcass:

Buried Dreams
Incarnated Solvent Abuse
Carnal Forge
No Love Lost
Carneous Cacoffiny
Lavaging Expectorate of Lysergide Composition
Symposium of Sickness
Pedigree Butchery
Edge of Darkness
This Mortal Coil
Reek of Putrefaction
Keep on Rotting in the Free World
Genital Grinder
Pyosisified (Rotten to the Gore)
Death Certificate
Exhume to Consume
Corporal Jigsore Quandary
Forensic Clinicism / The Sanguine Article
Inpropagation
Ruptured in Purulence
Heartwork