Marty Friedman – Blackmore Rock Bar

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[Matéria publicada originalmente no Território da Música/Rock Online]

Foto: Yuri Murakami

Marty Friedman sempre estará na memória dos fãs de heavy metal como o guitarrista solo do Megadeth naquela que muitos chamam de a “melhor formação” da banda. Mas a carreira do músico se estende para muito além disso, desde o Cacophony, gravado ao lado de Jason Becker, até sua carreira solo e atual vida no Japão.

E para falar de tudo isso e mais um pouco, Marty se apresentou no Blackmore Rock Bar, em São Paulo, nesse sábado, dia 21 de março, com um workshow especial apresentando algumas músicas de sua carreira e respondendo a diversas perguntas e solicitações de solos e trechos de canções feitas pelos fãs.

O guitarrista contou como foi apresentado a Jason Becker pela gravadora, inicialmente não querendo ouvir um músico de apenas 16 anos na época, mas se surpreendendo ao encontrá-lo e ouvir a forma como tocava. Logo decidiu montar uma banda com o rapaz. Friedman contou ainda como isso influenciava nas participações de um músico nas criações do outro pois Jason tinha uma técnica muito precisa enquanto Marty o superava nas construções melódicas das faixas.

Não faltaram, claro, perguntas sobre o Megadeth. Desde sua primeira impressão ao conhecer Mustaine e cia, que Marty contou ter sido excelente pois na época todos compartilhavam de gostos musicais semelhantes, o que facilitou muito o entrosamento entre todos os integrantes. Como sempre pedem que ele toque solos do grupo – e alguns ele não ouve há tempos – acabou por rememorá-los para tocar nos workshops pois é sempre solicitado. Assim, os pedidos pelos solos de “Lucretia” e “Tornado of Souls” foram atendidos.

E o que diferencia Marty dos demais guitarristas acabou sendo explicado pelo músico. Dono de uma sonoridade diferenciada, ele disse que isso talvez se deva ao fato de não utilizar diversas técnicas como tappings, arpejos entre outras pois não sabe elas muito bem. Marty Friedman se importa mais com a melodia de forma que ela seja memorizada e empolgue o ouvinte. Isso somado ao seu estilo único de palhetada que evita abafar as cordas faz com que ele se destaque entre tantos guitarristas. 

Conselhos também foram dados. “Toque sempre para alguém, não toque sozinho” disse o guitarrista a um fã sobre o que ele poderia fazer para se tornar alguém como ele. E enfatizou que se deve tocar perante uma plateia desde cedo, o que ajudará futuramente. Estar bem como que cria musicalmente é o que o músico indicou para quem pediu dicas para construir solos marcantes: “Toque eles para alguém que não seja um músico e veja a reação. Os trechos que empolgarem, mantenha, e descarte o que entediar. Mas além disso é importante você gostar do que criou”, aconselhou.

Antes de Friedman, o guitarrista Douglas Jen do Suprema também fez um workshow que acabou sendo um pouco mais curto que o previsto pelo atraso na entrada do público. Mesmo assim Douglas pode responder algumas perguntas sobre seu equipamento e como escolhe o que usar e o que levar nas turnês, seu processo de composição e afinações que estava utilizando, além de apresentar algumas canções de sua banda, como “Nightmare” e “Fury and Rage”.