Fotos com Filtro Infravermelho

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Fotos com Filtro Infravermelho
08 de janeiro de 2014

Desde que eu comprei a DSLR, eu enfiei na cabeça que iria conseguir um filtro infravermelho para fazer algumas fotos por ai com ele e conseguir aquelas fotos com cores surreais. Então precisava descobrir como fazer e conseguir um filtro. Há uma opção de modificar a câmera para isso, mas nem considerei fazer, então nem falarei disso. O que vou escrever abaixo não é um tutorial, é mais um relato da experiência que tem toques de tutorial.

O filtro infravermelho

Mas voltando: precisava do filtro e ai veio a pergunta “qual comprar?”. Fuçando por ai descobri que existem filtros para diferentes comprimentos de onda. Relembrando uma coisa: a luz que nós vemos tem entre 370nm (violeta) até 750nm (vermelho). Abaixo dos 370nm está o ultravioleta e acima dos 750nm está o infravermelho.

Os filtros IR tem um valor em nm que indica qual comprimento será bloqueado por ele. O filtro de 720nm, que é o utilizado para produzir as fotos com cores surreais, bloqueará qualquer luz abaixo de 720nm. Mas ele deixa passar o vermelho da luz visível entre 720nm e 750nm. Na DealExtreme costuma-se encontrar filtros com 850nm. De 720nm muitos indicam o Hoya R72, que é caro, mas dá pra encontrar similares como o que utilizei (que veio de uma loja na França através da Fnac lá e estava disponível aqui: http://www.fnac.com/mp19945499/Filtre-infrarouge-720NM-58mm/w-4). No Mercado Livre é possível encontrar opções também.

Filtro infravermelho
Filtro infravermelho

Fotografando

Item essencial: um tripé. Para conseguir as fotos, os tempos de exposição costumam ser longos ainda mais se o filtro possuir um valor de nm alto. Assumo que as duas fotos que posto de exemplo feitas com o filtro de 720nm eu não usei o tripé, uma eu apoiei a máquina no chão mesmo (para desespero de quem me acompanhava) e a outra eu me apoiei na coluna no meio da passarela e a máquina nela (para mais desespero ainda da companhia). Basicamente foi, posicionar a câmera para compor a imagem, focar e ai colocar o filtro com cuidado para não tirar o foco da lente (e desligar o auto foto para evitar alguma alteração na hora de disparar). Não dá para fazer auto-foco com o filtro acoplado, nem enxergar direito com ele para fazer foco manual.

E ai temos o Balanço de Branco, algo essencial aqui. Tratando do filtro de 720nm, a primeira foto vai ser completamente vermelha e se você tentar tratar ela não vai chegar facilmente às cores que se vê normalmente com céu escuro e folhagem branca. Para isso, eu utilizei essa foto vermelha e customizei o balanço de branco com ela, assim a foto “correta” irá sair com tons alaranjados/sépia. Sobre o ISO, quanto menor o valor, melhor foi o resultado. Fotos em IR costumam ter muito ruído, por isso utilizar valores acima de 400 não ficou legal. O tempo de exposição depende do filtro e da quantidade de luz. Fotografar em um momento nublado produziu fotos diferentes do momento onde o céu se abriu. Assim como fazer as fotos ao meio dia também deu resultados diferentes do que as três da tarde. Pelo que pesquisei, o ideal é sempre fazer sob o sol forte (e não esqueçer o protetor até e estiver nublado mas calor, seus braços irão agradecer, vai por mim).

E claro, fazer isso em RAW né ? Usar a mesma foto avermelhada para o balanço de branco de diferentes fotos causou variações. Li também que tem quem use foto de um fundo verde (ou de grama/vegetação do local fotografado) como base para customizar o balanço de branco. Isso funcionou melhor no filtro de 850nm.

Curiosidade que reparei: as pessoas que podem ocasionalmente atrapalhar passar na frente da sua foto talvez nem apareçam nela mesmo com o tempo de exposição alto, já que o filtro IR impede a entrada de tanta luz, e se elas passarem rápido, a máquina não irá registrá-las como um borrão.

Pós-processamento – parte 1 – Lightroom

Aqui teve uma coisa que descobri fuçando por ai: criar um perfil da sua câmera com o Adobe DNG Profile Editor. Sabe aquela foto vermelha ? Seguindo alguns tutoriais, exportei ela como um DNG e a abri no DNG Profile Editor. Lá, na área de Matrizes de Cores, puxei toda a barra de temperatura do Balanço de Branco para a esquerda e então exportei o arquivo .DCP para a pasta de perfis da Adobe no micro. Pelo que entendi, o ideal é fazer um perfil desse para cada filtro que foi utilizado.

Reabrindo o Lightroom, importei as fotos e para revelá-las, a primeira coisa que fiz foi ir até a parte de Calibração de Câmera e escolher o perfil que salvei (no meu caso salvei com o nome de “t4i infrared 720”. Ao fazer isso, qualquer foto que estava avermelhada, se tornou meio alaranjada/sépia como a da direita na foto abaixo:

Pós-processamento do infravermelho no Lightroom
Pós-processamento no Lightroom

Depois disso foi só tratar a foto. Para o balanço de branco, utilizei o conta-gotas e cliquei em uma parte da folhagem. Aumentar o contraste, reduzir o valor de “Pretos” e aumentar o valor de “Claridade” melhoram o contraste da foto, já que as fotos IR não costumam ter muito. A quantidade vai a gosto e/ou depende da foto que estava sendo tratada. Eu particularmente gosto que tenha contraste. Na imagem acima está a foto como o Lightroom abriu (apesar que na máquina ele mostrava ela meio sépia) e depois de ajustar o balanço de banco e outras coisas.

Então, exportei um .JPG e fui fazer o resto do serviço no Photoshop.

Pós-processamento – parte 2 – Photoshop

Depois que a foto ficou com aquela cara amarelada, eu abri ela no Photoshop e fiz o efeito mais comum que se encontra nas fotos em infravermelho: a inversão de canais. Basicamente, fazer uma nova camada de ajuste (Channel Mixer) e nele fazer o seguinte: selecionar o canal azul e ajustar o vermelho para 100% e o azul para 0% e então selecionar o canal vermelho e ajustar o azul para 100% e o vermelho para 0%. Isso já deixou bem próximo das folhagens brancas/amarelhas que se encontra por ai.

Após isso apenas ajustes básicos em Níveis, aumentar um pouco a saturação (se necessário) e talvez nas Curvas (seguindo a linha diagonal que já vem, faço um “s” estreito normalmente, puxando o canto superior direito um pouco pra cima e o inferior esquerdo um pouco pra baixo (isso vai depender de cada foto).

E ai foi só salvar e conseguir o resultado abaixo (nas fotos de 720nm). A foto de 850nm não precisou muito disso, pelo que entendi, normalmente fotos com esse filtro são pós-processadas em preto e branco mas eu deixei a minha meio roxa porque gostei. Até onde entendi, não existe uma regra exata de como tratar as fotos, ficando a gosto de cada pessoa.

Fotos finalizadas

Memorial da América Latina - São Paulo
Memorial da América Latina – São Paulo – Filtro 720nm
Parque da Água Branca - São Paulo
Parque da Água Branca – São Paulo – Filtro 720nm
Parque da Independência - São Paulo
Parque da Independência – São Paulo – Filtro 850nm
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