Astrofotografia com 50mm
14 de maio de 2020
No último domingo, o céu da cidade resolveu colaborar um pouco comigo e, permanecer aberto por tempo suficiente sem nuvens para que eu pudesse fazer uma sessão de fotos da região do Cruzeiro do Sul e da constelação de Carina antes que a Lua surgisse no céu. Não que ela não seja bela e digna de registros mas, sua luminosidade afeta as fotos, assim como toda a poluição da cidade tanto do ar como luminosa.
Então pouco antes dela surgir, fiz uma sequência de fotos com exposições de 1 segundo cada e empilhei elas com a ajuda do Deep Sky Stacker. Não utilizei nada muito fora do anormal como um grande telescópio ou algo assim. O que está acima (e abaixo com legenda) foi feito com aquela lente básica e querida, a 50mm.
E esse é o resultado. Alguns aglomerados, a Nebulosa de Carina e a o Cruzeiro do Sul à esquerda. As imagens podem ser abertas com maior resolução para ver com mais detalhes. Só clicar:
Claro que um céu mais escuro seria maravilhoso, mas ainda assim dá para brincar na cidade. São Paulo tem classificação 9 na escala de Bortle de luminosidade do céu. Quanto mais baixo o número, melhor para se observar as estrelas.
A escala vai até 9. Eu as vezes brinco que São Paulo está além disso. Em cidades próximas da Grande São Paulo a escala pode ficar em 8 ou 7 até, caso seja mais afastado das luzes. Para conseguir um valor mais baixo, se torna necessário um deslocamento um pouco maior, de algumas horas para algum lugar da Serra da Mantiqueira, por exemplo.
Mesmo assim, é possível observar algo com a ajuda da câmera ou de um telescópio. Aglomerados principalmente. No caso de nebulosas e galáxias, a tarefa é bem mais difícil. De todas, a Nebulosa de Órion é a mais “fácil” de se observar aqui de São Paulo porém com poucos detalhes. Com um equipamento adequado provavelmente dá para conseguir alguns registros melhores, mas deve haver algum limite devido a toda luminosidade no entorno. Algo que vou testar assim que possível.